DJ ANDRÉ POMBA




Ele é um dos ícone da cidade de São Paulo, André Luis Cagnisua (45 anos) pode ser uma pessoa normal que com seu jeito ireverrente de ser podia tocar numa danceteria . Mas sobre o apelido DJ ANDRÉ POMBA, no qual ele é dono de produtora de evento, além de ser produtor Cultural e toca em lugares bem diferentes como a A Loka e Vermont Itaim, passando pela a maior festa de urso no Brasil, a Ursound. Ele vai falar sobre o seu conhecimento musical, sobre o mundo bear, de ser como Dj e quem diria até ele posaria para o concurso BEARMAN. Veja a descontraida entrevista que ele nos cedeu.


BMM Como começou a se interessar pela música?
DJ ANDRÉ POMBA
:Acho que desde criança com 3 anos quando imitava Roberto Carlos na Jovem Guarda e depois adolescente ao ouvir Kiss e Queen em meados dos anos 70.


BMM Durante os anos 80, não tinha muita gente querendo ser DJ, pois ainda estava começando a se profissionalizar. Naquela época o que você pensava sobre a carreira de DJ?
DJ ANDRÉ POMBA :Nos anos 80 eu tocava baixo numa banda de heavy metal chamada Vodu. Só no início dos anos 90 com o fim do grupo que passei a tocar em festas e bares.




BMM :Você toca mais os anos 80 ou anos 90 nas casas onde você costuma a tocar?
DJ ANDRÉ POMBA :Ainda mais anos 80, embora a demanda por anos 90 venha crescendo


BMM :Apesar de que as músicas atuais não serem iguais á outras décadas, qual foi à melhor época de que foram mais tocadas as músicas que o público gostava mais?
DJ ANDRÉ POMBA :Bom, apesar da preferências geral pelo revival dos anos 80, eu pessoalmente prefiro o rock dos anos 90 (tipo grunge, alternativo) e raramente consigo tocar este tipo de som.


BMM: Atualmente o mundo é gerado pelos vídeos clipes em relação ao lançamento até mesmo antes do próprio CD do single que está começando a ser tocado. Você acha ruim ou bom para público em geral que fica meses esperando noticias do cantor (a).
DJ ANDRÉ POMBA
Hoje o que eu vejo de pior é uma maior identificação com músicas (hits) do que com um trabalho por completo (álbuns) como era antes. E acho que no fundo isso prejudica a longevidade de carreiras musicais pela pressão de sucesso imediato. E óbvio que os vídeo clipes surgem mais como um "comercial" do single do uma arte complementar, com raras exceções, claro.
BMM Soube que você começou a tocar na primeira reunião dos ursos onde seria agora a atual URSOUND, como foi o primeiro evento da casa?
DJ ANDRÉ POMBA :Na realidade o Ursound começou numa casa que eu era sócio, o Dynamite Pub. Eu mesmo comecei a tocar na Ursound já no Cambridge.

BMM: Apesar de que você não seja o organizador da festa URSOUND, durante os quatro anos da festa muita coisa mudou.... você acha sobre estas mudanças?
DJ ANDRÉ POMBA :No caso específico da Ursound, assim como meu projeto de rock na A Lôca - o Grind - o mais improvável seria você imaginá-los dando certo e crescendo. E mantendo as semelhanças, eu acho que ambos os projetos refletem o que os frequentadores buscam e também primam pelo ecletismo musical, o que é uma grande vitória, quando se pensa que 90% da cena GLS é só tribal house e sucessos atuais.


BMM : O mundo bear esteja em falta de festa como a URSOUND aqui na capital paulista, acha possível que poderíamos ter outra opção que pode chegar ao mínimo a ser destaque na mídia?
DJ ANDRÉ POMBA :
Acho que quanto mais opção, mais a cena como um todo cresce e beneficia todo um circuito. O que é necessário é inovar e não copiar o que tem dado certo.


BMM: Você não é um tipo muito bonito do que a maioria dos DJs que tocam pelo Brasil, isto influir muito na hora da contratação do seu trabalho, afinal, o público atualmente gostam de ver um DJ Sarado e bonito ou não?
DJ ANDRÉ POMBA :Na realidade, eu acho que ser jovem, bonito e sarado ajuda, claro, mas creio que pista de dança é local pra dançar e não para olhar o DJ. Como eu costumo dizer "sou feio, mas estou na moda" e nunca tive tanta procura pelo meu trabalho como DJ, tendo até que recusar convites legais por conflito de agenda.

BMM: Você costuma a ser divertir, dançar depois do seu trabalho no pick-up?
DJ ANDRÉ POMBA:Não, pois eu me divirto e muito na cabine, ainda mais quando faço algumas brincadeiras e a pista aceita.


BMM :Sobre a questão das drogas que rolam soltas nas casas noturnas, você é favor como a lei anti-fumo do governo serra em proibir cigarros em lugares fechados?
DJ ANDRÉ POMBA
:Acho que hoje em dia o lugar que menos se usa drogas são as casas noturnas, afinal ela está disseminada em todos os lugares, desde dentro de casa até escolas e faculdades. Eu por exemplo, não uso nenhum tipo de droga ilegal, só bebo álcool (que também considero uma droga como o cigarro também é), mas sou radicalmente a favor da legalização do uso de drogas. Quanto a lei anti-fumo, inicialmente por conta da minha filosofia anti qualquer lei conservadora e restritiva eu fui contra a lei, mas hoje percebo que o ambiente e o astral melhorou geral e que a aceitação - mesmo entre fumantes - é quase unânime.


BMM: Qual a sua canção favorita, afinal, sempre tem uma no coração, não é mesmo?
DJ ANDRÉ POMBA :Enjoy the Silence do Depeche Mode.

BMM: Apesar de que a vida de DJ é dupla jornada, muito pensam que os DJs ganham rios de dinheiro, conseguiu algo com o faturamento do seu trabalho como DJ?
DJ ANDRÉ POMBA
:Sim, ganho bem e o suficiente já como DJ e promoter, tanto que tenho um trabalho social não remunerado durante o dia na ONG Dynamite (
www.dynamite.org.br).

BMM :O que você acha no movimento atual do mundo Bear ?
DJ ANDRÉ POMBA
:Acho super interessante um movimento que rompeu com os estereótipos de beleza e provou sua força e viabilidade. Afinal também sou um ursinho, né?


BMM: Tem muitas casas que trabalha ilegalmente e isto deixa claros os que trabalham na noite seja discriminada pela sociedade, acha que poderíamos melhorar sobre criar estatutos e avaliar realmente as casas noturnas para que pudesse dar no mínimo segurança e conforto aos freqüentadores da casa?
DJ ANDRÉ POMBA :O que precisa é a Prefeitura simplificar a obtenção de alvarás para estabelecimentos, pois é uma vergonha uma cidade como São Paulo ficar a mercê de fiscais corruptos e um emaranhado de leis restritivas. E justamente isso que faz com que os empresários da noite não possam investir mais nas casas, com medo de fechar no dia seguinte.

BMM: Você posaria de sunga para o Bearman ?
DJ ANDRÉ POMBA
:Claro!

O pessoal do site Bear Mais Magazine, agradeçe ao nosso entrevistado pelo fato em ajuda a divulgar o trabalho feito por nós. Abração a ti, Andrézito!